Kaffeehaus no Chiado
Por mim, passava lá a vida.
Deve ser delicioso no Inverno, daqueles onde o chá que pedimos para aquecer os tornozelos e o apfelstrudel para a alma pedem um bom romance e horas de faz-nada. No Verão os jarros de limonada são de chorar por mais, mas eu acompanho-os com uma revista ou um jornal (mais estival, light, light).
A decoração está fantástica, o pormenor das duplas portadas de madeira transporta-nos para os cafés de Viena (a confirmar, a confirmar), o ambiente é requintado (não estou satisfeita com este termo) mas despretensioso.
Servem BRUNCH ao fim de semana (siiiiim !!!) e as sobremesas são ai-mãe-que-bom !
Vale a pena. Encontrei sem dúvida o meu novo cantinho-socorro-estou-a-enlouquecer.
Curiosidade: o menu está em alemão, com tradução em português.
Fica a citação da Timeout:
"Chama-se Kaffeehaus e abriu as portas há um mês. A localização, junto ao Teatro São Carlos, foi obra do acaso, mas não podia ter sido um acaso mais feliz: o palco número um da ópera na cidade de Lisboa é o vizinho perfeito para este café austríaco que quer “ter os elementos do típico café vienense, mas de uma forma moderna.”
Quem o diz são os proprietários, Christoph Hubmayer e Konrad Tretter, dois amigos e viajantes compulsivos, que depois de muitas férias passadas em Lisboa, resolveram mudar-se de armas e bagagens para cá. E lançaram-se nesta aventura por conta própria.
Bem vistas as coisas, a tradição do café-tertúlia – onde copos, pratos e livros se juntam à mesma mesa – tem um paralelo óbvio no passado lisboeta. Basta pensar no Nicola, n’A Brasileira, no Martinho da Arcada. E em todos os espaços, mais recentes, que têm feito renascer essa alma antiga num novo corpo.
Neste Kaffeehaus, porém, em vez de bicas e pastéis de nata comem-se wiener schnitzel, altwiener saftgulasch e outros sons estranhos que se traduzem em pratos tradicionais austríacos (escalopes de porco com salada de batata e guisado de vaca), cafés com chantilly e doçaria tentadora, incluindo o tão famoso bolo de chocolate (sachertorte).
Isto porque o Kaffeehaus é uma espécie de ovo kinder: é café, é restaurante e ao fim-de-semana ainda tem um brunch com sabor a Áustria. Mais: nas noites de sexta e sábado transforma-se em bar e o horário estica até às duas da manhã.
Quem cozinha é Konrad – estudou hotelaria e catering em Viena – e outra austríaca, Katarina, trata das sobremesas. Todos os dias ensaiam uma ou duas novas criações (abaixo a monotonia dos menus!), que se escrevem a giz no armário acima do balcão, para português ver e provar. Foi ideia de Michael Krepp, primo de Konrad, o arquitecto que ajudou a dar o ar sóbrio e contemporâneo ao espaço. Um olho no conforto, outro na funcionalidade. Basta ver o pormenor dos candeeiros extensíveis, que se puxam da parede até às mesas sempre que se queira folhear uma das muitas revistas ou jornais expostos. Os sofás de pele estão mesmo a pedi-las.
As cadeiras vieram da Áustria, mas são uma excepção. Tudo o resto “foi trabalho manual”, explica Christoph, feito entre o Chiado e o Bairro Alto. Não o Bairro Alto das lojas fashion, mas o do estofador e da oficina de rua.
E preços? Os pratos andam entre 8 e 13 euros; o brunch completo custa 8,90. Konrad garante que “é o preço justo para a qualidade dos produtos. É tudo fresco, não usamos pré-preparados, a comida é tradicional e caseira.” E diz ainda que há mais pontos de contacto entre a cozinha austríaca e a portuguesa do que as pessoas imaginam. Nas paredes, a ideia é fazer a mesma ponte: uma delas já está forrada de posters. Filmes, concertos, peças de teatro – “para estarem sempre a par do que se passa por lá”, avança Christoph – e a parede ao lado está reservada para a movida local. Um expresso Viena-Lisboa, com bilhete de ida e volta.
Kaffeehaus. Rua Anchieta, 3.
21 095 6828. Ter a Qui, das 11.00 às 00.00; Sex e Sáb das 11.00 às 02.00; Dom das 11.00 às 20.00"
1 comentário:
olá, queria só dizer que coloquei uma hiperligação para este post. queria algo sobre o Kaffeehaus, e este foi o post mais bonito que encontrei sobre ele:)
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